Sobre o Simpósio de Neurociência - parte 4 (NEUROREABILITAÇÃO)


"INTERFACE CÉREBRO-MÁQUINA, RESTAURAÇÃO MOTORA E NEUROREABILITAÇÃO" - Solaiman Shokur - AASDAP (Laboratório do Prof. Miguel Nicolelis)
"NOVAS PERSPECTIVAS PARA REABILITAÇÃO DE PACIENTES COM LESÃO MEDULAR COMPLETA" - Ana Rita Cortelli Donati - AASDAP

Eu sei que está ficando um pouco cansativo ficar lendo sobre minhas experiências como ouvinte nesse simpósio, mas prometo que esse aqui vale muitíssimo à pena! Inclusive, sugiro entrar nos links que coloco abaixo, pois essa pesquisa é incrível!

Dois pesquisadores (Solaimar Shokur e Ana Rita C. Donati) apresentaram seus trabalhos sobre “Reabilitação em pessoas com lesão medular”, quando a pessoa perde a mobilidade e sensibilidade das pernas. [Não imaginei que esse tipo de pesquisa era desenvolvida aqui no Brasil. Fiquei fascinada pelo aplicação prática dela.]

A proposta é atingir uma restauração motora e uma substituição sensorial a partir da interface cérebro-máquina. No linguajar comum, são aqueles equipamentos que parecem robôs e são acoplados na pessoa com a lesão, com o intuito de substituir a parte que não está funcionando, nesse caso as pernas, utilizando extensões mecânicas que são controladas pela mente. Como assim?

Os profissionais ligam eletrodos (aqueles fios conectados num computador) ajudando a pessoa a perceber como elas comandam os movimentos com o cérebro. Para isso, eles usam programas de computador com um avatar (personagem virtual) simulando o caminhar. Existe um feedback tátil (retorno por toque) que avisa a pessoa quando o avatar é acionado. Vou explicar: a pessoa com a lesão coloca aquele par de óculos virtual e vê apenas os pés do avatar. Quando o comando for no pé esquerdo, a pessoa sente uma vibração no braço esquerdo; quando o comando for no pé direito, ele sente uma vibração no braço direito. (Isso porque os pesquisadores descobriram que, quando a pessoa usa dois sentidos de uma vez, o processo funciona. Aqui, no caso, estão usando o visual e o tátil.

[Achei essa questão dos dois sentidos muito interessante e, por isso, vou colocar um link de um vídeo que mostra mais ou menos o que eles usaram na apresentação. É algo como “A ilusão da mão de borracha”: https://www.youtube.com/watch?v=PTVYDAswlfQ.) E o treino segue até que a pessoa consiga comandar a caminhada do avatar. A palavra-chave aqui é “neuroplasticidade”, quer dizer que o cérebro pode mudar diante de treinamentos.

Quando a pessoa estiver fera nesse treinamento, ela começa a treinar com os robôs acoplados nas suas pernas. O robô mais sofisticado é aquele em que a pessoa fica suspensa por cinturões, dando sustentação ao corpo, e com um robô acoplado a várias partes do corpo e um capacete com eletrodos ligados à várias regiões do cérebro. A pessoa, depois daquele treino que falei lá em cima, passa para o aparelho, o qual será controlado pela pessoa com a lesão. Lembra da Copa do Mundo no Brasil em 2014, quando um rapaz paraplégico está acoplado a um robô e ele dá o chute numa bola de futebol com o comando da mente? Então, é isso! Segue um link do pessoal que desenvolveu essa tecnologia (inclusive esses dois palestrantes fazem parte dessa equipe): https://www.youtube.com/watch?v=S5cjEuBmUoY.

E as pessoas não só conseguem comandar as suas pernas através do equipamento, como algumas voltam a ter alguma sensibilidade!

Fiquei tão impressionada com essa possibilidade, que vale à pena ver por si o experimento! Não dá pra acreditar nessa tecnologia! Incrível! Realmente, fiquei muito emocionada ao saber que temos esse tipo de experimento aqui no Brasil! Mesmo!

Deixo também a dica de uma série que tem no Netflix (merchan gratuito) chamada "Truques da Mente", sobre neurociência! Tem uma linguagem fácil de entender, além de vários testes que fazem com a gente (espectador). Temas difíceis abordados com bom humor! É disso o que a gente precisa, pesquisas sérias transmitidas de forma que as pessoas "normais" entendam!

Comentários

Postar um comentário

Postagens mais visitadas