8 RAZÕES PELAS QUAIS AS PESSOAS NÃO CONSEGUEM SE SEPARAR


Prometi escrever um texto sobre separação. Porém, por conta de outros posts e vídeos que tivemos que subir nas páginas, acabei adiando este aqui. Mas, lá vai!
Este aqui faz parte da trilogia que comecei a escrever no “Como fazemos escolhas afetivo-sexuais (segundo a Sociometria)” , depois escrevi um sobre “Relacionamentos Abusivos” e agora vem esse sobre as dificuldades em sair de um relacionamento que já não está mais “fluindo”. Agora pensei que vale a pena escrever um texto sobre a pós-separação, da qual estou virando especialista. Então, não será mais uma trilogia e, sim, uma tetralogia.
Primeiro vamos retomar o porquê das pessoas se relacionarem. Todos sabem que nós somos seres coletivos e não vivemos sozinhos. Existe uma necessidade do ser humano em se relacionar. Fato!
Historicamente (e beeem resumidamente), tudo começa com um instinto de sobrevivência em nos relacionarmos com uma pessoa do sexo oposto para procriação, ou seja, para a continuação da espécie. Ao longo do tempo, as pessoas deixaram de ser nômades e passaram a instalar comunidades. Por conta dessa necessidade de demarcar o território e a herança, as pessoas começaram a ter relações mais monogâmicas para garantir sua prole. Então criaram a instituição “família”, na qual havia muitos interesses político-econômicos e os sentimentos e o prazer sexual não eram considerados.
Com o caminhar dos tempos (e pulando uma mega etapa de transformação), as pessoas começaram a se relacionar por amor e por prazer, os casais homoafetivos passaram a ter “permissão” social para ser relacionarem, não há mais exigências em ter uma relação sexual após o casamento (apesar de algumas religiões ainda preservarem isso), muitos casais passaram a se separar e a se divorciar, entrou a legalização da união estável, passou-se a questionar a exclusividade nos relacionamentos (muita gente chama de “fidelidade”), a família passou a ter outros formatos e, atualmente, existe o poliamor e muitas outras variações de relacionamentos.
Para quem quer saber mais sobre essa história dos relacionamentos, leiam um livro que sempre recomendo, “A cama na varanda: Arejando nossas ideias a respeito de amor e sexo”, da Regina Navarro Lins.
Bom, tudo isso para dizer que a separação e o divórcio se tornaram mais comuns do que casar. E, por ser muito comum, dá a impressão de que é muito fácil terminar um relacionamento. Mas não é.
Conheço muitas pessoas (também recebo pacientes no consultório) que querem se separar e não conseguem. Já sabem que o relacionamento já não atende mais, não sentem mais a mesma coisa pelo/a parceiro/a, mas mesmo assim sentem muita dificuldade em sair.
Vou colocar os top 8 motivos (fora de ordem) que fazem as pessoas ficarem em um relacionamento ruim.
São os que me vêm à cabeça, mas pode ser que tenham outros. Comentem aqui embaixo se lembrarem de mais algum.

1) Acham que podem magoar o outro
Se o relacionamento está ruim, os dois estão sofrendo, então ninguém vai magoar o outro mais do que já estão magoados. Para com essa necessidade de controle. Você não tem esse poder todo!

2) Estão tão acostumados com a dinâmica do casal que se acomodam
Casal que se acomoda também não cresce junto. Você vai conseguir construir uma relação com outra pessoa. A boa (ou má) notícia é que seu/sua parceiro/a (ou ex) também vai conseguir construir uma nova relação com outra pessoa.
Ah, já vi gente com medo de terminar por insegurança de ser a parte problemática da relação. Mas, veja bem, a RELAÇÃO é que está doente e, sim, cada uma das partes tem responsabilidade na história.

3) Têm relações extraconjugais que acabam suprindo o que falta na relação
Essa eu nem deveria comentar, mas, se tem gente pra complementar, o que eu posso dizer!
Se você está do outro lado da situação, ou seja, no papel de amante, saiba que é você quem sustenta o casamento do/a seu/sua parceiro/a. Já vi exceções, mas não é o comum!
Também é comum a pessoa manter um casamento ou união estável (ou o que for) e ter relação com profissionais do prazer! São escolhas! Não é só por isso que muitas pessoas pagam alguém para ter sexo, existem outros motivos, mas não é o tema deste artigo.
Isso é diferente de um relacionamento aberto, no qual é permitido ter algo com outras pessoas e, se você vive esse formato, a relação precisa estar muito bem vinculada e as regras precisam ser bem claras.

4) Sentem medo de ficarem sozinhas
Ficar sozinha é bem diferente de solidão! Muitas vezes nos sentimos solitários dentro de um relacionamento. Essa é uma hora ótima para reavaliar se sua relação está valendo a pena!

5) O aspecto financeiro segura o relacionamento
Vejo muito esse tipo de relacionamento. Queridos, todo mundo sobrevive à parte financeira. E, se você não quer se separar para não ter que dividir o seu patrimônio, saiba que já está dividido e que é uma ilusão você achar que ficar num casamento fracassado faz as coisas serem boas, mas, é aquilo, cada um tem um critério de qualidade na vida. Tem gente que prioriza dinheiro a ter boas relações.

6) Existe uma dependência afetiva entre o casal
Um acha que não pode viver sem o outro. Isso não é verdade! Vá se cuidar, se amar e fazer coisas para si mesmo e veja se você não consegue viver sem o outro!

7) Uma das partes ameaça a outra
A situação é bem delicada, mas isso se chama “relacionamento abusivo” e precisa incluir uma denúncia! Fale com um/a advogado/a e veja a melhor saída. Enquanto isso, vá fazendo uma psicoterapia e se fortalecendo emocionalmente para lidar com isso. Acredite que dá para sair dessa!

E o campeão dos campeões:

8) Seguram o casamento por causa dos filhos
Pois eu vou contar pra vocês que filhos não seguram casamento, ou melhor, não devem segurar o casamento dos pais.
Imagina seu/sua filho/a se sentindo responsável por uma relação péssima? Como você acha que ele/a vai construir o conceito de relacionamento? Aposto que os/as filhos/as já estão demonstrando alguma questão emocional, seja no seu comportamento, seja no desempenho escolar. De alguma maneira eles demonstram esse sofrimento. Nós, da Psicologia, costumamos dizer que “Os filhos são os sintomas dos pais!”, então, meus caros, ao invés de estar fazendo um favor segurando o casamento por causa dos filhos, saibam que vocês estão fazendo um desfavor a eles!
Mas, uma coisa eu sempre digo: mesmo separados, é importante que os pais se deem bem e alinhem a forma como vão educar os filhos. Se um diz “sim” e o outro diz “não”, se um desmoraliza o outro ou tira a autoridade um do outro, seu/sua filho/a vai continuar apresentando sintomas de vocês!
Não coloquem um contra o outro, isso se chama “alienação parental” e pode dar um belo processo e causa um grande prejuízo emocional para o/a seu/sua filho/a.

Mas vou falar pra vocês, tomar a decisão e realmente conseguir sair do relacionamento é um processo bastante difícil mesmo e pode levar tempos! Algumas pessoas lidam melhor com a separação e outras nem tanto!

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