SOBRE O 21º CONGRESSO BRASILEIRO DE PSICODRAMA EM FORTALEZA-CE


O congresso aconteceu de 27 a 30 de abril de 2018.
Fico sempre muito ansiosa (no bom sentido) quando tenho uma viagem. Quando é para congresso a ansiedade é ainda mais alta, pois sei que vou encontrar pessoas queridas que moram em outras partes do Brasil. Os congressos de psicodrama são sempre uma mistura de trabalho, estudo e diversão.
Dessa vez ele aconteceu em Fortaleza. Ahhh, congresso na praia é uma delícia! (Meu pensamento já voou longe agora!) O único problema é fazer a mala, que, confesso, o que atrapalha são as roupas para usar no congresso. Seria ótimo poder ficar de biquíni e chinelo o dia todo... Mas, quando o dever chama...
Quando o congresso acontece em hotel, sempre procuro ficar no mesmo hotel pela facilidade de ir pro quarto quando necessário. Nesses eventos onde têm muita gente, eu me sinto muito cansada por conta da socialização obrigatória, daí ter um quarto pertinho ajuda muito para dar uma descansada nos intervalos ou quando não tem nenhuma atividade interessante para participar. Outra parte boa de ficar no hotel do congresso é poder dar um pulo na piscina nesses intervalos maiores.
Algo importante é escolher com quem você vai dividir o quarto! Sempre dei sorte (ou fiz boas escolhas). Dessa vez eu fui escolhida pela minha roommate Adriana Correa, que por sinal é uma ótima companhia. Aceitei de cara o convite!
Bom, chegamos um dia antes da abertura do congresso. Isso nos deu a possibilidade de aproveitar um pouco a cidade e conhecer lugares que nem sempre é possível quando se vai a congressos, a não ser que você cabule algumas atividades. Eu, como sou “Caxias”, costumo ir a quase todas as atividades do congresso. Porém, dessa vez eu pulei as primeiras atividades do dia para poder tomar café da manhã com calma, às vezes correr ou descansar um pouco mais.
Peguei umas dicas com minha amiga de Fortaleza, a Patrícia, que sugeriu vários lugares acertados. Ela realmente me conhece!
Adorei o fato da cidade ser plana. Isso ajuda muito na mobilidade, tanto a pé quanto de bicicleta. A orla com ciclovia e pista de corrida proporciona um ambiente saudável, onde circulam muitas pessoas praticando atividade física, o que motiva bastante na hora da decisão de “vou ou não vou correr?”! Mas tem que ir cedinho, pois o calor é forte!
E a comida?! Nossa, tem muita opção gastronômica boa.
Em um dos dias fomos para a Praia do Futuro e ficamos em uma barraca deliciosa, a Órbita Blue, com boa comida, cerveja gelada e a trilha sonora de fundo muito boa (rockzinho suave para complementar o dia na praia). Mais pro final da tarde tem até um DJ! Adorei a dica da Patrícia!
Mas, e o congresso? Já estava quase esquecendo! Tá vendo? Congresso em cidade praiana tem dessas coisas! A gente esquece para que foi pra lá!
Amigos, colegas e conhecidos vindo de todos os lugares do Brasil. Tinha até gente de outros países: Portugal, Argentina, Estados Unidos.
A abertura foi realizada pela comissão do congresso, com pitadas regionais de um poeta de cordel, por exemplo. Jonathan D. Moreno, filho de Zerka e J. L. Moreno, participou da abertura contando coisas que havia descoberto sobre seu pai e algumas demonstrações de como o psicodrama é usado hoje nos programas de TV. Uma simpatia! A tradução simultânea atrapalhou um pouco o fluxo da apresentação, mas está bom!
As aberturas de congresso são sempre cansativas e longas! Ah, também anunciaram os prêmios dos melhores escritos em três categorias. Fiquei muito emocionada quando uma pessoa que conheço ganhou o 1º lugar em uma das categorias. Apesar de o psicodrama ter ótimas produções escritas, ainda acho necessários termos produções de qualidade para continuarmos divulgando a teoria.
Os outros dias foram intensos e fazer a agenda das atividades demanda um pouco de atenção e seletividade. E já é bom deixar um plano B por conta daquelas que são muito requisitadas e lotam em segundos. Eu sempre tento diversificar o que vou assistir/participar, mas sempre caio nos paulistanos, que têm muita qualidade nas propostas. Algumas pessoas são figurinhas carimbadas e tipo “tem que ir”, como por exemplo, José Fonseca e Sergio Perazzo... Alguns eu acabei optando por não ir para evitar a fadiga da superlotação das salas. Não dou muito conta disso não.
Algo muito legal nos congressos de psicodrama são as vivências! Você se trabalha terapeuticamente e vê como o profissional dirige (chamamos esse profissional de “diretor”).
Algumas atividades foram muito curtas, mas mereciam muito mais espaço! 30 minutos para apresentar um trabalho é muito pouco tempo. Outra atividade que quero abolir assistir nos próximos é a mesa redonda, que, do meu ponto de vista, fica insuficiente para o tipo de conhecimento que espero adquirir em um congresso.
O que assisti/participei: no primeiro dia, assisti a palestra de abertura com Jonathan Moreno.
No segundo dia, assisti a conferência “Essência e personalidade” com José Fonseca e “O retorno do vitimizador sexual ao convívio familiar” com Maher Hassan Musleh. Participei da vivência de teatro espontâneo da querida Cláudia Fernandes, “Daquilo que somos feitas”; da vivência “Abayodrama – um encontro: Psicodrama e Bonecas Abayomis” com a querida Maria Célia Malaquias e assisti uma mesa redonda “Psicopatologia e Psicodrama” com Felipe Pinho, Roberto Mandetta e Mário Buchbinder sob a coordenação de Susana Kramer.
No terceiro dia, participei da vivência “Relações Transformadoras com os ‘comigos de mim’” com Lucila Camargo. À tarde foi minha vez de trabalhar dando aula junto com Julio Valentim e Agda Maffei, “Refletindo sobre o Ego Auxiliar”, um workshop sobre o tema (contarei em outro post como foi). Depois não consegui mais dar conta de ir em nenhuma atividade.
No último dia, assisti ao tema livre “Psicodrama dos Contos de Fada: especificidades psicoterapêuticas” com o português João Paulo Carreira Teles Ribeiro (essa merecia mais tempo). Depois fui pra vivência de teatro de reprise “Esse cano que entramos tem saída? Pelo político e/ou poético!” dirigido pela Rosane Rodrigues. E encerrei participando da vivência dirigida pelo Sergio Perazzo, “Amei, ai de mim, muito mais do que devia amar” (sempre um aprendizado). E até fui na atividade de encerramento, mas acabei indo embora mais cedo por conta do cansaço!
Saldo total do congresso: apesar de ter mais do mesmo e de ter participado da maior parte das atividades dirigidas por paulistanos, ainda acho que vale a pena ir aos congressos de psicodrama. É diferente de outros congressos, o clima é amistoso e o campo relacional é fortíssimo! Daqui a 2 anos estaremos lá em Floripa, no próximo congresso de psicodrama.
Os bastidores? Vá ao próximo congresso pra saber! Tem muuuuitas histórias boas pra contar!

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