COMO FOI O “PSICODRAMA EM ATO” DO DIA 27/09/2018 - "PAI E FILHA"


A cena escolhida foi a de Maria: seu pai (a quem chamarei de João) está com problemas de saúde e, por ter aprontado muito (sempre foi muito mulherengo), a atual esposa quer se divorciar. Quando João e sua esposa brigaram, ele procurou sua filha, Maria, indo até sua casa e pedindo acolhimento. A grande preocupação e angústia da protagonista é que seu pai comece a depender dela e ela fique com a sobrecarga de cuidar dele.
Ela tem dois irmãos, sendo um de mesmo pai e mãe e a mais nova, irmã por parte de pai (filha dessa atual esposa de João).
Como a cena apresenta elementos de passado, presente e futuro, montamos uma cena com o futuro temido num campo de visão um pouco mais distante, um passado com os acontecimentos importantes que Maria traz sobre as relações de João (inclusive a relação com a mãe de Maria, que se separou pois João a traiu) e, no presente, Maria e seu pai se sentam de frente um para o outro para que tenham uma conversa franca sobre o que está acontecendo e sobre os sentimentos de Maria (medo, insegurança, preocupação...).
Ao longo da conversa, a lealdade e a parceria dos dois vão aparecendo! Um apoia o outro nas escolhas que fazem, mesmo que seja uma escolha “errada”. O que faz Maria ficar preocupada com o pai é a escolha dele de ficar com uma mulher bem mais jovem (a idade da filha) e deixar uma vida de segurança com a ex-esposa. João não quer se apoiar na filha e muito menos depender dela, porém pede o apoio dela nessa decisão.
Maria vai deixando claro que faz um pacto com esse pai dizendo que compartilha algumas experiências com ele, pedindo seu apoio em algumas coisas, já que sua mãe é mais crítica e provavelmente a julgaria por algumas decisões que vem tomando na vida. Maria, então, conversa com sua mãe sobre suas decisões. A mãe traz valores diferentes dos de seu pai, propondo mudanças na forma como Maria faz algumas escolhas (num sentido hipotético).
Na cena, não existe nenhuma relação da mãe com o pai, mas seus irmãos acabam aparecendo como fonte de suporte nessa questão atual com o pai deles. Na ocasião, Maria desempenharia um papel de coordenadora da coisa toda e os irmãos participariam colaborando de uma maneira possível.
Ainda insegura com a decisão do pai de ficar com uma mulher mais jovem, Maria acaba confiando na decisão do pai e diz que vai esperar as coisas acontecerem, mas dessa vez, contando com o apoio de seus irmãos.
Não existe saída milagrosa e irreal no psicodrama. Trabalhamos sempre dentro das responsabilidades e possibilidades de cada um.

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