VAMOS FALAR SOBRE DINHEIRO?


Na semana passada eu subi um vídeo sobre dinheiro (https://www.youtube.com/watch?v=srW1ih1dplg&t=98s). Agora em fevereiro eu vou coordenar um workshop sobre as crenças limitantes em relação ao dinheiro. Recebi um convite sobre um encontro mensal para falar sobre o dinheiro. Acabei de ler o livro Os segredos da mente milionária (muito bom, por sinal). Porém, esse tema já vem me causando um desconforto, no sentido de que NÃO SE FALA SOBRE DINHEIRO.
No vídeo eu digo que é quase um tabu para a psicologia falar sobre dinheiro. E vou contar o porquê.
Primeiro, na faculdade de psicologia (pelo menos a que eu fiz) não tem nenhuma disciplina que aborde esse assunto (do dinheiro). A impressão que dá é que, quem entra nessa faculdade, a escolhe pelo assistencialismo. Lógico que é uma profissão que carrega em si a característica da “ajuda ao próximo”, no entanto, a mensalidade do curso já é uma paulada. Além disso, minha faculdade era em período integral, ou seja, eu não podia nem trabalhar (apesar de alguns amigos trabalharem durante o curso, eles eram os que ficavam exaustos no curso e às vezes até dormiam em sala de aula).
Essa contradição: “não falamos sobre dinheiro” x “pago uma fortuna para estudar nesse curso” já mostra um pouco a crença sobre dinheiro na nossa profissão.
Quando você se forma e vai ser psicológx clínicx, você não sabe nem como cobrar. Há anos a tabela de honorários do Conselho Federal de Psicologia ficou desatualizado e, quando você vê a tabela, ainda assim está desatualizada e desvalorizada.
Quando o paciente pergunta quanto custa a sessão, o profissional fica até com vergonha de falar o valor. E na hora de cobrar? Quase que a pessoa fala que não precisa pagar.
Mas será que isso vem só dessa profissão? Não. Essas dificuldades já estão na gente há muito tempo. São aqueles valores familiares que a gente assimila e que a gente nem percebe que está dentro da gente. Nesse livro que mencionei lá em cima, o autor fala muito sobre isso.
A partir desse livro, eu fiz vários exercícios que o autor propõe e, sinceramente, me surpreendi com as coisas que apareceram (tanto negativas quanto positivas). Percebi que eu carrego algumas crenças limitantes a respeito do dinheiro. Mas, como já disse, esse é um tema que venho pensando há bastante tempo, então, essa não foi a primeira vez que fiz esses exercícios (já levei esse tema várias vezes na minha psicoterapia). É incrível como a cada novo exercício vão aparecendo coisas novas. Aliás, as psicoterapias são assim: cada vez que a gente revê algo, vão surgindo coisas novas em relação ao mesmo tema.
Esqueci de contar que participo de dois grupos de supervisão clínica. Em um deles não se fala sobre dinheiro. No outro temos duas horas para falar sobre dinheiro, sobre empreendedorismo no consultório e duas horas para supervisionar casos clínicos. Aprendi demais sobre a parte clínica nos dois grupos, mas vou dizer que essa parte do empreendedorismo me fez enxergar minha profissão de uma outra forma, pois, afinal, não adianta eu ser uma super psicoterapeuta se não chegarem pacientes pra mim e se eu não souber cobrar o meu valor.
Aliás, sobre o meu valor e o valor de outros profissionais da psicologia, saibam que a cobrança é justificada: além de pagarmos uma faculdade cara, investimos muito em cursos, supervisão, grupos de estudo, livros, congressos, despesas do espaço da psicoterapia etc.
Enfim, decidi escrever sobre dinheiro hoje (e fiz questão de escrever essa palavra várias vezes) para eu mesma ir perdendo a vergonha de falar que eu gosto de dinheiro, que quero ganhar dinheiro, quero manter e administrar meu dinheiro, fazer meu dinheiro render mais, conquistar minha liberdade financeira. Uma hora eu falarei e escreverei sobre dinheiro sem sentir esse aperto no peito e esse frio na barriga que me pegam algumas vezes.
E você, como você se sente quando falamos: dinheiro, ganhar dinheiro, manter o dinheiro, gerenciar o dinheiro, conquistar os sonhos, construir um patrimônio financeiro?

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