VIAJAR TAMBÉM É ALIMENTO PARA A ALMA


Acabei de voltar das minhas tão raras férias e não tinha um tema para escrever. Daí eu pensei: “Por que não falar da minha experiência das férias?” Então, vamos lá!
Primeiro gostaria de lembrar que esse não é um texto espiritual, muito menos de turismo. Ele é sim um texto relacionado à psicologia. Mas, como assim? Viajar? Alma? Bom, gostaria de lembrar que “psique” em grego (psykhé) significa “alma” ou “espírito”!
Ahh, agora você entendeu? Médio? Por que viajar é um “alimento”?!
Alimento não é só comida! Se a gente pensar nos sentidos (visão, audição, olfato, tato e paladar), podemos dizer que nós nos alimentamos de várias formas, pelos olhos, ouvidos, nariz, pele e boca. O Fonseca (psiquiatra, psicodramatista e meu mentor) acrescenta as “impressões” aos sentidos. Eu concordo com ele!
Pelo menos, quando eu viajo, eu desligo total das coisas que eu deixo em São Paulo. (Nem vou contar como é minha última semana antes das férias para deixar tudo organizado para que eu desligue durante minhas viagens! Loucura total!) Dessa forma, eu consigo ficar aberta para experienciar o que vem pela frente. Eu sou do tipo que precisa viajar de forma minimamente organizada, porém sempre fico aberta às possibilidades que aparecem sem planejamento. Mas uma coisa eu sei: uma das formas que eu experiencio a viagem é através da comida e da bebida. Eu não quero nem saber se vou engordar! Mando ver nessa experiência!
Outra coisa que me atrai muito nos lugares é a arte, especialmente a música, o cinema e os livros! Adoro conhecer artistas locais e adoro prestar atenção ao idioma e à forma que as pessoas falam. Os idiomas têm um ritmo e tem interjeições diferentes! Aprendi isso com meus amigos estrangeiros! Quer algo mais musical do que isso?!
E o cheiro do lugar? Mesmo que seja fedido, o lugar sempre tem um cheiro. Ainda bem que nessa minha viagem mais recente os cheiros eram agradáveis! Cidades sem poluição! São cheiros bem diferentes de quando chegamos em São Paulo. Aliás, já notaram que a cidade de São Paulo tem uma “névoa” e que enxergamos meio embaçado? É a poluição! Acho isso muito louco e, toda vez que volto de uma viagem mais longa, eu fico com sinusite! Muito chato isso! Dessa vez não foi diferente: desenvolvi uma sinusite!
E já que falei que Sampa tem uma “névoa”... ahhh, o visual nas viagens! É tudo novidade! Junto com o visual tem as sensações corporais, tipo da brisa, do frio ou do calor e por aí vai...


Outra coisa que acho bacana é ver pessoas de lugares diferentes, agindo, interagindo, reagindo... Gosto de observar os hábitos, as roupas, o jeito, se são educadas ou não, a forma de falar... Adoro ouvir idiomas diferentes, como já falei lá em cima...
Em todos os lugares que vou, apesar da abertura para conhecer o local, também mantenho um olhar crítico percebendo as coisas que considero positivas e negativas, pois as pessoas tendem a criticar o Brasil ou São Paulo dizendo que viver fora é melhor. Sinceramente, eu amo Sampa e não acho que fica pra trás dos outros lugares. Cada um tem seu valor e seu desvalor. Gosto de fazer esse exercício e, sempre que volto fico feliz em voltar e ter aquela sensação de “estou em casa” e de que eu trouxe muitas coisas na minha bagagem que não são apenas roupas e comida, eu trouxe experiência... e isso não tem preço! Além disso, aprendo mais um pouco sobre mim, como me relaciono com os lugares e com as pessoas, como me senti, o que pensei etc.
E as impressões? São todas essas que eu escrevi. É a parte subjetiva da viagem, é o que você percebe, pensa e reflete sobre tudo o que viveu!
E aí, viajar alimenta ou não alimenta a alma?!
E você, como se relaciona com suas viagens?

Comentários

  1. Sem dúvidas alimenta e muito. Gosto da sensação de estar fora do meu habitat, fora da zona de conforto, isso me fortalece em vários aspectos. Me dá segurança, traz alto estima e bastante jogo de cintura para minha vida cotidiana. Observar as diferentes formas de viver durante as viagens me traz repertório para as adversidades que encontro em minha rotina. Experiências como essas trazem, no meu ponto de vista, aprendizado que nem uma universidade pode te oferecer, são ganhos interiores de calor inestimável. Obrigado pela provocação à reflexão Mariana Kawazoe.

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