Estamos ficando velhos, hein!


“[...] uma vez que é impossível fugir ao tempo,
todos seriam mais cedo ou mais tarde vencidos (devorados) pelo tempo.”
(Wikipedia)

De uma semana pra cá, o tema “tempo” tem aparecido no meu dia-a-dia.
Fiz aniversário na semana passada e, como sempre, alguém comentou: “Estamos ficando velhos, hein!” Claro, todos estamos envelhecendo, ficando maduros, ganhando experiência ou como queiram falar!
Na mesma semana, encontro alguns conhecidos que fazia algum tempo que não os encontrava. Começamos a calcular há quanto tempo nos conhecíamos e, pasmem, faz 18 anos. Relembrei o momento em que nos encontramos a primeira vez e, realmente, me dei conta de que fazia muito tempo! Eu era apenas uma menina saindo da adolescência e entrando na idade adulta. Pensar sobre isso foi uma verdadeira viagem ao passado! E, viajar ao passado me remeteu ao presente e a uma avaliação de como anda a minha vida atualmente.
Outra situação em que esse tema emergiu foi quando estava com duas pessoas que trabalham comigo e, não sei por qual motivo, chegamos ao filme “O Feitiço do Tempo”, com Bill Murray e a Andy MacDowell, no qual um repórter do tempo (Murray) mal humorado e bastante arrogante vai fazer a cobertura da festa de comemoração do Dia da Marmota em uma pequena cidade do interior dos Estados Unidos. Estranhamente, ele começa a acordar sempre na mesma data e temos como referência a mesma música tocando no rádio como despertador, que vira o seu número para o horário programado, e a própria Festa da Marmota se repetindo todos os dias. No início, os eventos começam a se repetir, mas quando o repórter percebe isso, começa a mudar as coisas no seu dia, pois sabe que o tempo voltará e começará tudo de novo. Com isso, ele começa a aprender muitas coisas novas, como tocar piano e conquistar a mulher que ele tem interesse (MacDowell). Com essa repetição de dias, ele vai se percebendo melhor e vai mudando seu comportamento e sua atitude. O autoconhecimento o leva às mudanças!
Hoje, resolvi entrar no meu blog para ver quando foi meu último post e, pasmem mais uma vez, fazia mais de 1 ano que eu não postava nada! O tempo passou e eu nem mesmo percebi que fazia tanto tempo assim! Comecei a refletir sobre tudo isso que está escrito aí em cima e acabei pensando sobre o mecanicismo do nosso dia-a-dia. Eu também acordo sempre no mesmo horário e com a mesma musiquinha do meu despertador. No início do dia, os meus atos são sempre os mesmos. Será que estou vivendo o Dia da Marmota? Será que todos nós estamos vivendo no Dia da Marmota.
Não vemos o tempo passar, ou pior, não sentimos o tempo passar!
Essa reflexão me levou à mitologia de Chronos e Kairós. Segundo a Wikipedia (http://pt.wikipedia.org/wiki/Chronos) Chronos ou Khronos era “a personificação do tempo”. Ele era representante do tempo cronológico, enquanto Kairós (http://pt.wikipedia.org/wiki/Kairos) era o representante do tempo existencial – o “tempo de Deus” ou “Oportunidade” (pelos pitagóricos). Kairós foi criado para derrotar seu pai Chronos. Enquanto Kairós é qualitativo, é aquilo que vivemos, enquanto Chronos é quantitativo, é o mecânico.
Fico pensando se Kairós precisa lutar contra Chronos ou se os dois só precisam entrar em um acordo. Um não vive sem o outro. Um depende do outro. Um é complementar ao outro.
Enfim, convido você a refletir sobre o seu dia e o seu “tempo”, seja ele cronológico ou existencial!
[Imagem de Dali extraída de: http://svprojectmanagement.com]

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